quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quando falar de dinheiro com as crianças?

Mãe, compra um brinquedo? Pai, compra figurinha? Mãe, compra uma roupa nova? Será que os filhos pensam que os pais são uma fonte inesgotável de dinheiro? É preciso ensinar as crianças sobre o valor da moeda, sobre o consumismo, sobre como administrar ganhos e perdas financeiras. Mas qual será o momento ideal e o jeito certo para falar de dinheiro com os filhos?

Segundo Dora Ramos, profissional que atua no mercado contábil-administrativo há mais de vinte anos, este assunto é tratado de formas variadas pelas famílias, levando-se em consideração a forma como os pais foram criados, a classe social a qual pertencem e também as experiências ao longo da vida.

Como cada caso é um caso, acompanhe a seguir as orientações de Dora para que as suas crianças não levem prejuízo!

“Alguns acreditam que as crianças não devem ter contato com dinheiro, consumismo ou capitalismo.

Outros até incentivam os filhos a pagar algumas compras como se fosse com o próprio dinheiro, buscando incentivar a autoconfiança e a independência. Já a maioria das famílias, ensina-os a poupar guardando as moedas em “cofrinhos”.

Um último exemplo que quero comentar é o de pais que usam o dinheiro como compensação por alguns atos positivos dos filhos como obediência e estudo, por exemplo. Essa é uma forma de eles entenderem que ganhar dinheiro nem sempre é fácil, porém, a compensação é uma das mais eficientes maneiras de estimular o consumismo por parte dos pequenos. Depois, não adianta reclamar que eles querem tudo quando vão com você ao shopping ou ao supermercado.

Para as crianças, os pais são uma fonte inesgotável de dinheiro, ficando difícil compreender quando não se pode ter algo. Além do mais, quando educados desta maneira, eles aprendem que devem gastar e comprar tudo o que podem, desenvolvendo a vontade de adquirir ainda mais verba para gastar. Fiquem atentos quanto a isso, pois, deixando de lado os fatores externos, as consequências podem permanecer quando eles crescem, tornando-se verdadeiros consumistas.

Já o segundo caso apresentado, pode até ser benéfico na educação financeira, mas deve ser usado com moderação. É bom para as crianças ter o incentivo dos pais para agir da mesma maneira que eles, pois se sentem importantes e orgulhosos com a confiança depositada. Caso eles já entendam como funciona essa relação de troca por mercadoria, deixe que ele pague ao balconista de vez quando.

Quando for utilizar o cartão ou cheque, explique à criança do que se trata. Diga que trabalhou, ganhou certa quantia e a colocou lá dentro, mas que cada vez que passa na “maquininha”, seu dinheiro vai acabando. Assim, eles entendem que não se trata de uma fórmula mágica, mas há uma limitação naquela ação.

Alguns anos depois, quando seu filho chegar na pré-adolescência, passe a incluí-lo no planejamento doméstico. Não se trata de um acompanhamento da conversa, apenas, mas de uma participação ativa nas decisões familiares, principalmente quando o assunto é economizar ou sugerir melhorias. Além de conscientizá-lo quanto aos gastos, traz mais confiança, incentiva o poder de decisão, a criatividade e a aceitação de pedidos negados quando for o caso”.

Fonte: site maesefilhos.com

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Garoto, deixa a boneca. Filha, futebol não!

Pais e mães não devem reforçar
preconceitos ao lidar com as
diferenças que existem entre
meninos e meninas


Alice Granato


Pedro Rubens
Menino de perna suja, com espada e bola, e menina toda arrumadinha: a diferença tem limite

Sobre as diferenças entre meninos e meninas, a ciência já descobriu que:
• meninos apresentam níveis mais elevados de testosterona, o que estimula neles um comportamento mais agressivo que o das meninas;
• desde o início, meninas controlam suas emoções mais que meninos. Eles choram mais quando estão tristes, enquanto elas dão preferência a chupar o dedo;
• durante as conversas, as filhas ficam mais tempo olhando para os pais do que os meninos. Aos 4 meses, elas reconhecem mais rostos que eles;
• meninas estão mais preparadas para construir relacionamentos e interpretar suas emoções;
• meninos comunicam-se por palavras em 60% do tempo. Os 40% restantes são completados por barulhos feitos com a boca, reproduzindo ruídos de socos, carros, motos, aviões. Meninas praticamente só usam palavras e raramente imitam motores.
Como se vê, meninos e meninas são diferentes e apresentariam disparidades de comportamento ainda que criados na selva por gorilas, feito Tarzan. Até chegar a essa conclusão, a ciência consumiu décadas em debates, pois havia uma dúvida. Um segmento de estudiosos achava que as crianças não nasciam com diferenças cerebrais ou comportamentais perceptíveis. Na opinião deles, tal distinção se manifestaria apenas em decorrência das atitudes dos pais durante o processo de criação dos filhos. O debate não acabou, pois há grande divergência sobre o peso do DNA na determinação do "destino" comportamental da criança. Os estudos, no entanto, concordam em que a carga genética produz diferenças menores do que a carga cultural exercida pela criação.
Um trabalho feito nos Estados Unidos há alguns anos listou características associadas pelos pais aos recém-nascidos. E elas variam conforme o sexo. Meninas recém-nascidas costumam ser definidas pelos pais no diminutivo. Elas são "fofinhas", "pequeninas", "delicadinhas". Já os meninos muitas vezes são descritos no aumentativo – "lindão", "fofão". Conforme as crianças crescem, diz o estudo, os pais – especialmente o pai – as estimulam a brincar com brinquedos específicos para cada sexo. O mesmo estudo descobriu que os pais passam mais tempo conversando com as filhas do que com os filhos, mas dão a elas menos autonomia do que a eles. Já em relação aos meninos, os pais reforçam o extravasamento de emoções, desde que não daquelas que possam ser tomadas como indicação de fraqueza. Na parte referente à conclusão, o trabalho sugere que os pais evitem tratar meninos e meninas de forma diferente. "Os pais acabam desenvolvendo uma angústia tremenda quando o menino é visto penteando uma boneca", comenta o psiquiatra paulista Luiz Antônio Gonçalves, que trabalha há trinta anos com infância e adolescência. "E essa ansiedade é negativa."
E por que os pais se preocupam tanto quando uma menina quer brincar com espada ou o menino quer pentear a boneca? Porque estão reproduzindo um raciocínio preconceituoso e tolo segundo o qual a exposição do menino ou da menina ao campo de interesses do sexo oposto pode influenciar a maneira como a criança irá manifestar a sexualidade no futuro. Para lidar com a diferença entre os sexos de forma positiva, os estudiosos recomendam a adoção de três regras simples. São elas:
• Aceite seu filho como ele é. Não tente moldar seu comportamento segundo suas convicções pessoais, pois isso poderá gerar frustrações mais adiante. Seu filho não precisa gostar de luta nem sua filha tem de ser fã de maquiagem.
• Não reforce as diferenças. Meninos dão preferência a jogos competitivos e meninas a brincadeiras cooperativas. Independentemente do sexo de seu filho, apresente-o aos dois tipos de entretenimento.
• Não obrigue seu filho ou sua filha a brincar com crianças do sexo oposto. Nos primeiros anos de vida, tanto meninos quanto meninas preferem estar com crianças do mesmo sexo.


Fonte: Veja especial Crianças